sábado, 1 de agosto de 2009

ABGLT chega à ONU.

A ABGLT – Associação Brasileira de Gays, Lésbicas, Bissexuais, Travestis e Transexuais integra, desde ontem, o ECOSOC – Conselho Econômico e Social das Nações Unidas, com status consultivo. Essa é a primeira organização LGBT de um país em desenvolvimento a conseguir o posto.De acordo com a ABGLT, ter o status consultivo permite às ONGS dar depoimentos verbais, enviar relatórios escritos em reuniões da ONU e realizar eventos nas dependências das Nações Unidas.

Desde 2006, a ONG brasileira esperava ocupar o cargo e sofreu resistência do Comitê de ONG, especialmente por parte dos países islâmicos, nas sessões realizadas em maio de 2007, janeiro de 2008 e janeiro de 2009. Na manhã de ontem, em Genebra, o próprio Conselho aceitou a candidatura da associação com 25 votos a favor, 12 contra e 13 abstenções.

Para Rafaelly Wiest, secretária da região sul da ABGLT, o apoio do governo brasileiro; da Secretaria Especial de Direitos Humanos; do Departamento de DST e AIDS, do Ministério da Saúde e das Missões Brasileiras junto à ONU em Nova York e em Genebra tiveram peso sobre a decisão do Conselho. Outras quatro ONGS internacionais também deram sua contribuição: a ARC International, a Human Rights Watch, a ILGA – Associação Internacional de Lésbicas e Gays e a International Gay and Lesbian Human Rights Commission.

Rafaelly conta que a principal atuação da ABGLT no Conselho será para em relação aos sete países onde a homossexualidade ainda é punida com pena de morte e aos 80 que criminalizam a orientação homossexual. “Queremos que essas leis sejam revogadas e substituídas por outras que reconheçam a plenitude dos direitos humanos para todas e todos, inclusive para as pessoas LGBT”.Atualmente, duas organizações que lutam pelos direitos de lésbicas e oito organizações LGBT fazem parte do Conselho da ONU, sendo uma americana, uma australiana, uma canadense, uma brasileira e seis europeias.

GAC